quarta-feira, 16 de maio de 2012

Contra 'Tchu tcha', Luan Santana diz falar de amor 'sem apelar tanto'

Gusttavo Lima canta que "vai rolar o tche tcherere tche tchê". A dupla João Lucas e Marcelo ficou famosa ao querer o "Tchu" e o "tcha". João Neto e Frederico sabem fazer o "Le le lê". E por aí vai. Longe dessas expressões, associadas a sexo e farra, Luan Santana critica palavras esquisitas que viraram mania no sertanejo. "Existem outras formas de falar de amor sem apelar tanto"




"Quando chega a noite", novo disco de Luan, chegou às lojas em abril. O rapaz, porém, revela que tem o "sonho" de gravar um CD só com "sertanejos antigos" de gente como Trio Parada Dura e Tião Carreiro & Pardinho.Para checar o conhecimento do rapaz, o G1 fez um teste no qual Luan acertou a maioria dos intérpretes de sucessos sertanejos dos anos 60 e 70 (veja vídeo abaixo). "São músicas complexas, a história é bonita. São letras do fundo do coração", elogia.




G1 - Hoje no sertanejo há expressões esquisitas. Tem 'Tchu tchu tcha', 'Lelelê', 'Tche tcherere tche tchê'. Mas você nunca se aventurou por essa onda. Por quê?
Luan Santana - Acho que não tem muito a ver comigo. Respeito, lógico, o trabalho de todo mundo. O sertanejo hoje vive um momento maravilhoso. Mas é uma coisa que não tem a ver comigo. Existem outras formas de falar de amor sem apelar tanto, sem falar uma linguagem que leva para o lado do sexo, entendeu?


  


G1 - Então não há chance de uma expressão dessas, que obviamente querem dizer sexo ou algo próximo a isso, aparecer na sua música?
Luan - Não tenho essa pretensão. O meu caminho é diferente.
G1 - Por que todo o sertanejo hoje só lança disco ao vivo?
Luan - Então, boa pergunta. É mais medo de fazer o contrário, do que gostar do negócio ao vivo mesmo. Se for ver, a qualidade musical sem os gritos, sem aquela coisa ao vivo, é muito maior. Por mim, gravaria só CD acústico, em estúdio. Mas virou uma mania. Na rádio, se não tem o grito... A galera tem aquela coisa também: se está todo mundo cantando, significa que é sucesso, eles acabam indo atrás da música também.
G1 - Você acha que o disco, musicalmente, também é um pouco mais sério, é menos 'pra cima' do que os anteriores?
Luan - 
Ele é um pouco mais profundo, menos superficial. O jeito de falar de amor é diferente. Tem mais músicas profundas do que em outros projetos meus. É lógico que também não posso ir totalmente para lá. O maior desafio de todo artista é lançar um trabalho e conseguir inovar sem sair do que você já vem fazendo. Tem música que remete aos CDs passados como "Única", que é meio que a "Adrenalina" deste disco; "Nega" tem uma linguagem direta para os fãs, chamo minhas fãs de nega. Mas ele tem mais músicas sérias do que os outros.
O cantor Luan Santana (Foto: Divulgação)O cantor Luan Santana lança o disco 'Quando a noite chega' (Foto: Divulgação)
G1 - A capa do novo disco, o tratamento das fotos e a arte do CD têm uma pegada meio soturna, mais séria. Li muito fã dizendo que parece 'Crepúsculo'. Tem um pouco a ver, foi pensado dessa forma?
Luan -
 Em relação a "Crepúsculo", não foi pensado para parecer não. Uma coisa que queria era ter um disco que não se chamasse "ao vivo", porque todos os discos meus se chamavam "ao vivo", "ao vivo no Rio". Então, eu queria ter o nome de alguma música. E eu gostei de "Quando chega a noite", era uma coisa meio sombria. Então pensei: "vamos fazer uma coisa meio sombria, meio de floresta e tal". Eu estou encostado em uma carro, com uma roupa de frio. Gerou em torno disso aí, meio que em uma neblina.
G1 - Seu maior ídolo, Zezé di Camargo, vem enfrentando problemas com a voz. Você tem medo de perder a voz com excesso de shows? Isso te preocupa?
Luan -
 O Zezé operou. Eu tenho medo sim, porque a rotina de shows é realmente estressante até para a voz. Eu estou em uma correria danada, principalmente neste início de ano, com lançamento de CD. Só que eu tenho uma fonoaudióloga que me acompanha, a Janaína, que sempre está cuidando de mim. É importante cuidar da voz, é meu ganha-pão, o bem mais precioso que eu tenho.
G1 - Você se diz fã de modas de viola. Já pensou em fazer um disco apresentando esse tipo de música para seus fãs?
Luan - 
Cara, esse é meu sonho. Está nos meus projetos gravar meio que um disco duplo, um só com músicas antigas e o outro com inéditas. As músicas são bonitas, demais. São músicas complexas, a história é bonita. São letras do fundo do coração.



terça-feira, 15 de maio de 2012

Luan Santana "Crucifiquei minha adolescência"

O ídolo sertanejo diz que não se arrepende de ter aberto mão da vida pessoal pelo sucesso e, aos 21 anos, tem seu próprio jatinho e compra tudo o que quer

Ele viaja de jatinho particular:"Ninguém impõe um limite para eu gastar", diz
Luan Santana se define como cantor sertanejo. Mas não usa bota nem chapelão. Tem mimo pelo cabelo, cuidadosamente arrepiado. Gosta de rock’n’roll – e os números que giram em torno dele seriam mesmo dignos de um rock star. Desde 2009, quando lançou o primeiro álbum e alcançou o sucesso puxado pela grudenta canção “Meteoro”, o músico vendeu 1,8 milhão de cópias. Atualmente, roda o País de jatinho particular, sobe ao palco pelo menos 20 vezes por mês, cobra até R$ 500 mil por apresentação e doou cerca de R$ 2 milhões para 24 instituições de caridade. Não é tudo. Luan é patrocinado por quatro empresas e possui 50 produtos licenciados em seu nome, de caderno escolar a jeans. Aos 21 anos, o sul-mato-grossense filho de um bancário e uma dona de casa acaba de lançar o quinto trabalho, “Quando Chega a Noite”. Na entrevista a seguir, o jovem cantor milionário passeia pela sua curta, intensa e vitoriosa trajetória.

"Eu me considero responsável pela mudança de estilo
do sertanejo. Via bandas como o Creed e pensava:
Por que não posso usar calça colada com tênis?"
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Você é um sertanejo que não usa chapéu. Por quê?

LUAN SANTANA -
Para mim, sertanejo tinha de cantar usando bota, calça colada, cintão de fivela e camisa de botão. Só que nunca usei chapéu. Sempre curti ajeitar o cabelo. Sou
vaidoso dentro do limite. Gosto bastante de ajeitar o cabelo, tenho uma personal stylist que me veste, várias marcas que me mandam roupas, o que eu acho bem legal. Mas não sou aquela coisa metrossexual. Tenho de estar bem nas fotos por respeito aos fãs. 

ISTOÉ -
Como era no começo? 
LUAN SANTANA -
No começo, minha mãe ia às lojas comprar roupas para mim. E eu usava botas emprestadas de amigos, porque um par delas custava R$ 2 mil, R$ 5 mil. Mas nunca levei jeito para usar bota, eu usava porque cantava sertanejo. Como elas eram dois, três números maiores que o meu pé, eu pisava meio estranho e um dia eu caí no palco. Aí, parei de usar bota e passei a usar tênis, que se f.! Desde então, me apresento assim. 

ISTOÉ -
O que gostaria de fazer e não faz por causa da fama?

LUAN SANTANA -
Andar na calçada normalmente, atravessar uma rua no meio dos carros, essas coisas. Ir ao mercado, à padaria também. Mas não dá, porque atrapalha o funcionamento do lugar, né?

ISTOÉ -
Vai a banco?

LUAN SANTANA -
Não. Tenho quem faça isso para mim. Mas consigo ir ao cinema. Espero o filme começar e depois, no escuro, eu entro. Preciso sempre de uns esqueminhas para fazer as coisas. 
ISTOÉ -
Isso não o incomoda?

LUAN SANTANA -
Foi o que eu escolhi para a minha vida. Sabia desde o começo que seria assim. Crucifiquei minha adolescência, mas tudo bem. Sempre tive na cabeça o que eu queria. Também não penso se meus amigos curtem a juventude mais do que eu. Coloquei na cabeça que queria essa vida, consegui alcançar isso e agora dou valor ao que conquistei. Não quero voltar no tempo, ter uma vida normal. Abri mão, sim, da minha vida pessoal, mas não foi à toa. Muita coisa me faz feliz hoje. Sou mais feliz do que muita gente que viveu o que eu não vivi. 

ISTOÉ -
Quem administra o seu dinheiro?

LUAN SANTANA -
Antigamente, o pouco do dinheiro que eu ganhava era o meu pai quem administrava. Hoje, tem um escritório que o administra. Eu não tenho talão de cheque, mas uso cartão de crédito. Ninguém impõe um limite para eu gastar. Tudo o que quero eu compro. Mas não sou de fazer loucuras com dinheiro, não. Com o dinheiro que ganhei, comprei a casa (de 500 m2, avaliada em R$ 2 milhões) onde moro com os meus pais, em Londrina; uma chácara, onde gosto de andar de jet ski e pescar; e um carro para mim. 

ISTOÉ -
O que fez quando ganhou dinheiro pela primeira vez?

LUAN SANTANA -
Quando ganhei meu primeiro dinheiro cantando, comprei um tênis – eu sempre via os meus amigos com tênis de marca. Aos 12 anos, em um churrasco beneficente de uma igreja, duas duplas cantavam no palco e eu subi para cantar uma música do Edson e Hudson. Era a única que minha irmã e minha prima sabiam me acompanhar fazendo coreografia. A galera achou bacana um garoto cantando afinadinho. Cantei umas dez músicas. Quando terminei, o cara que fazia o churrasco me deu R$ 100. 
ISTOÉ -
Era fã de cantores sertanejos?

LUAN SANTANA -
Nunca fui de ficar na porta de hotel esperando os músicos. Sempre achei fascinante o mundo dos artistas, chegar numa cidade e a galera ovacionando. “Nossa, deve ser mágico, um dia quero essa galera toda me querendo”, eu pensava. Eu era fã de Zezé di Camargo e Luciano, fui a um show deles aos 4 anos, no ombro da minha mãe, e a outro, no fim do ano passado.  
ISTOÉ -
Ainda há preconceito contra os sertanejos? 
LUAN SANTANA -
Não vejo mais preconceito. Hoje, a turma está tomando cerveja no posto e ouvindo sertanejo com a porta do carro aberta. O sertanejo hoje se aproxima do pop, é influenciado pelo pop, ouve muito rock, pop, o que acaba tendo reflexo nas músicas. Até o jeito de tocar violão é diferente agora. Os solos grudam mais na cabeça, ficam mais na memória, são pegajosos. Eu ouço Creed, Nickelback e country americano. Via as bandas de rock tocando e pensava: “Por que eu não posso me vestir de xadrez, arrepiar o cabelo e usar calça colada com tênis?” Eu me considero muito responsável pela mudança no estilo de vestir do sertanejo. 

ISTOÉ -
Você diz preferir centrar a carreira no Brasil. O Michel Teló, por sua vez, estourou lá fora com “Ai Se Eu Te Pego”. Como enxerga isso?

LUAN SANTANA -
O Michel é meu parceiro. No meu primeiro DVD, o chamei para cantar comigo. Já fizemos churrasco juntos. O que aconteceu com o Michel é muito raro. “Ai Se Eu Te Pego” é como a “Macarena” do século passado, é a “Macarena” dos dias atuais. As pessoas nem sabem o que a música quer dizer, mas conquistou todo mundo pelo ritmo. E o mais legal é que se trata de uma música de língua portuguesa conquistando os gringos que falam inglês e espanhol. É algo totalmente raro! Tem esportista dançando ao som dela pra tudo quanto é lado. Foi muito legal para o Brasil. Isso acontece uma vez a cada 50 anos.

ISTOÉ -
Já teve de conviver com histórias de infidelidade?

LUAN SANTANA -
Acho que nunca fui traído, não! Agora, trair (sic), eu tive três namoradas na vida. Quando estava namorando, fui fiel. Mas namorei por pouco tempo, nunca aguentei ficar só com uma pessoa. Um ano foi o meu maior tempo de namoro. Eu sou meio ciumento. Quero saber para onde a garota está saindo, lógico, e a hora que vai voltar para casa. Mas, antes disso, eu acho que a menina que está comprometida comigo não precisa sair demais, não. Tá comprometida, então, tem de sair comigo! É ou não é? Ou então fica solteira e sai com as amigas, uai! Mas eu quero casar, ter a minha família e aquietar. 

ISTOÉ -
Existe um tipo de assédio que o incomoda?

LUAN SANTANA -
Não. Lutei muito para a galera ficar me querendo. Batalhei para chegarem em mim e pedirem foto, autógrafo. Já aconteceu de rasgarem a minha roupa, puxarem o meu cabelo, me arranharem, quebrarem vidro de aeroporto. Tudo bem por mim. Cada um tem seu jeito de demonstrar carinho, mais agressivo ou não. Nessas horas, eu me lembro do show debaixo do pé de manga que eu fiz, da gente construindo o palco, fã reclamando das formigas que a picavam... Não quero voltar a ser o que eu era antes da fama... De jeito nenhum! Não quero perder a fama.

ISTOÉ -
Como foi esse show embaixo do pé de manga?

LUAN SANTANA -
Fizemos uma promoção para algumas fãs viajarem comigo para um show. Primeiro, passei uma tarde cantando junto delas na casa de um amigo. De noite, fomos para o show, cinco meninas com a gente dentro da van. Aí, quando chegamos ao local, começamos a estranhar que o show seria no fundo de um bar que tinha uns bêbados caídos na porta. Bom, o show era debaixo de um pé de manga, o palco era pequenininho, iluminado por uma lâmpada puxada da fiação de uma casa. Havia 30 pessoas na plateia. Subi no palco e as fãs ali, debaixo da árvore, em cima de um chão de terra batida. Até que uma começa a bater nas pernas para espantar as formigas. Essa menina não aguentou e disse: “Olha onde você traz a gente! Um lugar cheio de formiga! Não vou mais pedir música sua na rádio.” Foi um show que não deu muito certo... o cara (contratante) não acertou direito, né? Também já fiz show para dez pagantes, em Maringá, em 2008. Ali, eu pensei em desistir da carreira.

ISTOÉ -
Como os seus pais se comportavam nesses momentos?  
LUAN SANTANA -
Meus pais sempre deixaram eu seguir o meu caminho com as próprias pernas. Minha mãe ficava preocupada porque eu, com 16 anos, já ia para shows, na estrada, vivia na noite, sozinho. Vi de perto muita gente usando droga, bebendo até cair. Mas eu sempre fui cabeça, soube separar o certo do errado, nunca misturei as coisas. Há um ano e pouco, eu estava numa batida muito grande, fazia 28 shows por mês. Tinha mês que eu não voltava para casa. Eu sentia saudade de amigos, família, porque vivia num mesmo mundo, vendo as mesmas pessoas sempre. Por isso e também porque tenho uma vida pessoal melhor, este ano estou pisando um pouco no freio.

ISTOÉ -
O que é vida pessoal melhor?

LUAN SANTANA -
Com mais tempo livre. Já fiquei 90 dias sem voltar para a casa onde moro com os meus pais, em Londrina. Agora, retorno, em média, uma vez por semana. Nessas horas livres, amo pegar o meu carro e dirigir sozinho. Durmo bastante, vou à academia e para a chácara andar de jet ski.



Tem sonho de consumo?

LUAN SANTANA -
Comprar uma fazenda. Quero ser fazendeiro.  


Fonte : http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/198752_CRUCIFIQUEI+MINHA+ADOLESCENCIA+ 


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Luan Santana diz que inventou novo jeito de se vestir dos sertanejos

Aos 21 anos, Luan Santana só tem o que comemorar. Lançando novo CD e show, o sertanejo contou ao R7 que se considera o precursor da moda sertaneja despojada, sem bota, chapéu e fivela. Caminho oposto ao da dupla Fernando & Sorocaba, que revelaram preferir usar os acessórios country.
Em vez de botas, Luan faz questão de usar tênis. As camisas sérias são trocadas por camisetas descoladas e sobreposições. Chapéus perdem lugar para munhequeiras e outros acessórios moderninhos. Calças de couro estão fora de cogitação e jeans bem justinho tem espaço garantido na produção
Com o estilo despojado, o jovem sertanejo faz multidões de meninas suspirarem em suas apresentações.
Santana negou ser uma pessoa muito vaidosa. O jovem elegeu os cabelos, como "coisa que mais gosta" de mexer e cuidar. Mas todo o cuidado, claro, é justificado como atenção aos fãs.

— Eu gosto de me cuidar e me vestir bem para os meus fãs.






Luan Santana fala sobre filme e o momento mais marcante da carreira





Luan Santana sempre gostou de música, mas foi curiosamente na hora do vestibular que ele decidiu realmente que este seria o seu caminho. No dia da prova, trocou o teste que poderia levá-lo a ser biólogo por um show marcado pelo empresário. Desde então, não saiu mais dos palcos.

Aos 21 anos, o cantor é sinônimo de sucesso, seja em números de shows, vendas e também a quantidade de fãs que arrasta por onde passa. O assédio é muito bem-vindo. Ele diz que sempre buscou esse reconhecimento das fãs. E hoje não tem do que reclamar.

Agora ele lança um novo disco, Quando Chega a Noite, com produção de Fernando, da dupla Fernando e Sorocaba, o jovem cantor quer dedicar o tempo para trabalhar mais na carreira em território nacional. Enquanto outros artistas do gênero dividem o foco entre o Brasil e o exterior, Luan tem os pés no chão e diz que a hora ainda não é essa.

Em entrevista ao SaraivaConteúdo, o cantor fala mais sobre a carreira, o lado compositor, a relação com as fãs e também do momento da carreira que mais o surpreendeu, que envolve um ídolo country americano dos anos 90, Garth Brooks.